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29/03/2015
GAME DAY

João Paulo Silva em grande entrevista ao Site Oficial do CAB

A pausa nas competições nacionais devido à Festa do Basquetebol constitui sempre um bom momento para reflectir sobre a evolução, até o momento, da época dos escalões principais. Nesse sentido, o Site Oficial do CAB entrevistou os dois treinadores principais das equipas séniores, pedindo-lhes uma análise à forma como a época tem decorrido.

Hoje, deixamos a entrevista conduzida a João Paulo Silva, treinador da equipa masculina, que fala dos desafios que é liderar uma equipa na Liga, da importância da Formação para a sustentabilidade dos projectos do clube, dos ‘playoff’ e da sua própria evolução como treinador. Humilde, seguro e profundamente conhecedor da responsabilidade que recaem sobre os seus ombros, o treinador dos Amigos demonstra porque é um dos grandes nomes do basquetebol nacional e uma referência incontornável da bonita história dos Amigos do Basquete, que ele continuará a ajudar a escrever a a levar para novos patamares.

Que balanço faz da época da equipa masculina até o momento?

Numa análise muito global diria que tem sido positiva. Naturalmente que tivemos ao longo da época um comportamento oscilante. Fomos alternando períodos de grande regularidade na forma dinâmica como jogávamos e isso teve reflexos nos resultados. Outros momentos, fruto de alguma inexperiência competitiva e da infelicidade de termos alguns jogadores influentes com lesões que impossibilitaram o seu contributo, foram menos positivos.

Esta análise deve ter como referência as nossas intenções iniciais. Assumimos o compromisso de tentarmos marcar presença nos pontos altos da época. Infelizmente não foi possível participar em todos no entanto, garantimos a participação na Final a Oito da Taça de Portugal e certamente estaremos a participar nos 'playoffs' da Liga. 

Qual é o ponto forte desta equipa?

Existem alguns pontos que caracterizam a nossa equipa nos dois setores do campo: defesa e ataque. Mais do que destacar apenas um desses pontos, gostaria de referir que ao nível ofensivo somos uma equipa que se distingue pela capacidade na gestão da posse de bola, criando situações de lançamento exterior a partir de penetrações.

Este aspeto tem ajudado imenso na construção de um envolvimento coletivo muito assente na partilha da bola pelos respetivos jogadores. Relativamente ao lado defensivo, temos regras que orientam o nosso comportamento e que visam condicionar as ações ofensivas adversárias. A consolidação dessas regras tem produzido resultados que vale a pena destacar como um dos pontos fortes.

E o ponto fraco?

Não temos sabido aplicar a agressividade suficiente que nos permita ganhar a luta das tabelas. Este indicador é determinante para o sucesso de qualquer equipa e, se analisarmos as referências estatísticas, verificamos que a nossa equipa deveria produzir muito mais a este nível. Dominar as tabelas permite um domínio do jogo que contribui de forma significativa para o resultado final. Vamos procurar melhorar a nossa produção a este nível do jogo.

Gostaria igualmente de salientar que outro dos indicadores menos positivo deve-se ao facto de sermos uma equipa em construção, que num período muito curto criou exigências a alguns jogadores que não estavam eventualmente habituados a terem uma participação tão determinante no contexto geral da equipa. Tenho referido com alguma insistência que a inclusão de jovens atletas é uma prioridade paralela aos resultados, mas objetivamente deve ser feita gradualmente e sustentando essa mesma integração em pressupostos de firme formação desportiva.

Até onde é que a equipa pode ir?

Simultaneamente ao desenrolar desta fase regular do Campeonato, temos vindo a adaptar os objetivos da equipa de acordo com aquilo que tem sido o nosso comportamento e com o evoluir de algumas situações imprevistas. Nesta determinação de intenções, assumimos que devemos procurar resultados que nos permitam garantir um dos quatro primeiros lugares na classificação. Sabemos das dificuldades mas estamos também convictos de que é possível termos vantagem na primeira eliminatória dos 'playoff'.

Uma vez conseguido esse objetivo, dependeremos obviamente do estado físico de alguns dos nossos atletas, mas gostaríamos de caminhar para a segunda eliminatória do playoff. Este é o caminho que queremos construir porque entendemos que é possível se conseguirmos consolidar as motivações que orientam o trabalho entre equipa técnica e jogadores.  

Há algum cenário que considera mais favorável ou menos favorável para os 'playoff'?

A maior ou menos dificuldade nos 'playoffs' está sempre relacionada com a possibilidade de fazer mais jogos em casa do que fora. Por esse facto, desejamos ficar classificados nos primeiros quatro. Evitar equipas com enorme tradição como sejam o caso da Ovarense. Estas são apenas algumas suposições, são meras intenções que por si só não produzem qualquer tipo de vantagem. Se tivermos como referência a fase regular, reparamos que a nossa equipa conseguiu vencer mais jogos fora do que em casa. Pode parecer paradoxal andar a lutar por fazer mais jogos em casa no playoff. Naturalmente que existem sempre vantagens quando jogamos perante os nossos apoiantes.

Neste momento a minha grande preocupação é gerir os jogadores de forma a garantir um estado físico e motivacional adequado aos restantes jogos da fase regular. Estamos num período muito importante na recuperação de alguns dos jogadores mais influentes.

Há algum jogador que gostaria de destacar no grupo?

A nossa produção individual caiu muito nos últimos jogos devido às muitas lesões que foram acontecendo. Este aspeto teve uma tradução negativa na capacidade coletiva da equipa. Não é o momento mais adequado para distinções individuais.

No entanto, alguns jogadores têm revelado uma vontade enorme para superar dificuldades e assim poderem contribuir para os objetivos coletivos: o Jorge Coelho, o Nuno Pedroso, o José Correia, o Jovonni Shuler, o Aaron Jordan, são alguns dos exemplos que gostaria de destacar. A determinação de todos os jogadores tem permitido sustentar a coesão com que devemos enfrentar cada um dos desafios até o final desta época.

E como treinador, que ensinamentos tem retirado da forma como a época tem evoluído?

A prática reforça a convicção da importância na construção inicial da equipa. É seguramente determinante termos uma atenção especial no recrutamento dos jogadores assegurando a qualidade e quantidade necessária a uma longa época, onde alguns imprevistos podem condicionar fortemente os objetivos iniciais.

Torna-se bem evidente que os momentos onde conseguimos alcançar melhores resultados coincidiram com os períodos onde valores como coesão, partilha, superação, foram evidenciados. Esta constatação reforça a forma como vou orientando a minha atividade de treinador. Construir uma equipa é muito mais do que juntar bons jogadores. Ela exige relação, comunicação, conhecimento, para que assim seja mais acessível a tomada de decisão.

As oscilações comportamentais que se verificaram permitiram concluir da necessidade para acautelar algumas das áreas do nosso jogo. Em alguns momentos não conseguimos compensar alguns imprevistos devido às escassas soluções disponíveis em alguns setores. Outra constatação verificou-se na pouca rentabilidade que tivemos nos jogos que disputamos no nosso pavilhão. A noção de que na nossa casa mandamos nós deve ter expressão prática e isso não se verificou.

Tenho naturalmente aprendido muito no relacionamento diário com os atletas. Através da dinâmica expressa no trabalho que vou exigindo de cada um deles, através das exigências que cada um dos atletas me impõe, vou produzindo conhecimento que nunca chega a ser suficiente.   

Esta tem sido uma época de muita exigência mas também aprazível, apetecível porque precisamente coloca-me numa posição de persistente aprendizagem. Tal como Augusto Cury relata na Saga de um Pensador - “A sabedoria de um ser humano não está no quanto ele sabe, mas no quanto ele tem consciência de que não sabe.” -, continuo a pensar que muito ainda há para conhecer na atividade de treinador.  

A inclusão de madeirenses no plantel masculino é uma questão de quantidade, de qualidade, de oportunidade...?

A formação de atletas locais deve ser feita numa perspetiva de inclusão pela qualidade. Só assim vamos possibilitar as oportunidades necessárias a uma natural inclusão no plantel masculino. Nunca devemos fomentar a inclusão de atletas da madeira apenas por esse facto. Se assim for, vamos inibir a necessidade de lutar por esse objetivo. Devemos de forma equilibrada avaliar as condições que cada atleta deve satisfazer para conseguir alcançar determinado patamar através da exigência permanente e adequada ao seu nível formativo.

Provavelmente um dos aspetos menos refletido foi exigir em demasia de alguns dos jogadores que ainda se encontram num processo de inclusão gradual. A verdade é que esta inclusão começa muito antes de nos darmos conta. Por vezes pensamos demasiado tarde, algumas etapas ficaram para trás sem serem superadas, sem assegurarmos a capacidade para realizar técnicas básicas que irão suportar sistemas mais elaborados.

Deixar bem claro que a inclusão de um atleta numa equipa de alta competição faz-se através da conjugação da ação de vários elementos (treinadores) e não apenas pela oportunidade concedida num determinado momento em função das necessidades quantitativas da equipa.

Aproximam-se três jogos que podem ser decisivos, nomeadamente contra o Sampaense, Barcelos e Maia. Que perspetiva tem para esses embates?

Existe uma grande expetativa em redor da recuperação de alguns jogadores. Tudo farei para que possam assegurar o seu contributo na melhor forma possível. Se assim acontecer, as perspetivas são no sentido de vencermos esses jogos e garantirmos um dos quatro primeiros lugares na classificação.

Temos consciência das dificuldades mas é precisamente essa realidade que nos deixa determinados para alcançar esse objetivo. Devemos preparar cada um desses jogos de forma serena, propondo para cada um deles as orientações que nos possibilitem vencer. A minha convicção é de total confiança relativamente ao nosso rendimento.

Que mensagem gostaria de deixar à FAMÍLIA CAB?

Sobretudo aos treinadores do CAB, gostaria de deixar evidente que a minha humildade permite-me admitir convictamente que muito ainda tenho para aprender, mas essa mesma modéstia garante a habilidade para afirmar que muito podem aprender comigo. Apareçam…

GAME DAY

Continuar...


 

 

 

 
 
 
 
 
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