01/06/2016
GAME DAY

Roberto Rodrigues defende ambição e exigência como linhas mestras na preparação da nova época

Em jeito de balanço das épocas das equipas seniores, o Site Oficial do CAB chegou à fala com Roberto Rodrigues. O Vice-Presidente para a Gestão Desportiva faz uma análise pragmática do ano 2015-2016 e deixa uma mensagem de confiança para 2016-2017.

Fiel ao seu estilo, Roberto Rodrigues aponta as linhas que estão a ser ponderadas pela Direcção do clube para o próximo ano desportivo, prometendo muito empenho pessoal, mas também exigência da parte dos dirigentes do clube de todos os que assumirem responsabilidades na representação desportiva do clube, inclusivamente à que é feita ao mais alto nível.

Aqui deixamos o registo da conversa:

Que balanço faz da época que terminou?

Na sequência da última entrevista para balanço, ainda durante o decorrer da época, foquei à data que a mesma encontrava-se aquém das expectativas, e, infelizmente, o mesmo veio a comprovar-se.

Ao nível masculino apesar da equipa ter-se "encontrado" na recta final tendo sido seguramente a melhor equipa da 2ª fase, no grupo 2, os resultados acumulados da 1ª fase, acabaram por determinar que não tivéssemos conseguido o objectivo de participação nos playoffs. Ao nível feminino, apesar das contrariedades e da equipa ter-se batido condignamente na ‘Final Four’, não foi possível a conquista do título de campeão nacional, objectivo a que nos tínhamos proposto no início da época.

Que lições desta época serão usadas na preparação de 2016-2017?

As principais lições a tirar da época que agora terminou passam pela melhoria na escolha dos atletas, especialmente os estrangeiros, pois tanto ao nível masculino como feminino, é um momento crucial para a qualidade dos plantéis, especialmente na Liga Feminina, pelo que deverá ser uma escolha ponderada, analisada e com o máximo de informação possível, pois além dos custos associados a eventuais trocas de atletas, surgem também as dificuldades de estabilidade emocional e competitivo.

A par da melhoria na escolha dos atletas, o equilíbrio na constituição dos plantéis, com escolhas alternativas, também deverá ser uma realidade de modo a evitar em qualquer circunstância ficar limitado na prossecução dos objectivos delineados.

Quais os objectivos que irão nortear a participação do clube nas provas nacionais?

Os objectivos das nossas equipas seniores deverão ser idênticos aos anos anteriores: ao nível feminino, deverão passar pela conquista de todas as competições onde iremos participar; no que ao masculino diz respeito, deverão passar pela participação nos pontos altos das várias competições, com destaque para a presença nos ‘playoffs’ e’ a partir destas presenças, sendo sempre modelos competitivos a eliminar’ poder conquistar alguma destas, apesar da dificuldade fruto de investimentos ‘fora de série’ efectuados pelas únicas equipas verdadeiramente profissionais, nomeadamente Benfica e Porto.

Que impacto poderá ter a legislação sobre utilização de atletas não-Madeirenses?

A esta questão irei dar uma resposta pessoal e não efectivamente pelo cargo que ocupo a nível directivo, sendo assim imparcial na análise.

A valorização do atleta madeirense é algo que deve ser feito e, quando se aposta financeiramente no desporto, ainda mais importante é essa valorização. No entanto, julgo que esta legislação que irá entrar em vigor, deveria ter em consideração alguns aspectos:

Primeiro, efectuar uma implementação gradual, apontando uma época para que todas as equipas/clubes pudessem ir-se adaptando rumo ao objectivo, pois a existência de compromissos pré-assumidos, poderão entrar em ‘choque’ e criar penalizações aos clubes que não sabiam que fosse ocorrer tal alteração.

Segundo, não garante a continuidade territorial para um trabalhador ‘não-Madeirense’, apenas para os estudantes, e sabemos que, especialmente ao nível da educação, todos os anos chegam e saem ‘não-Madeirenses’ para trabalhar na RAM, os quais, caso pretendam dar o seu contributo ao desporto regional, nenhum clube poderá ‘aceitar’ sob pena de sofrer cortes nas subvenções públicas, de todo importantes para as actividades que os clubes desenvolvem diariamente.

A medida é penalizadora da Equipa Feminina do CAB?

Com base no ponto anterior, efectivamente é penalizadora a medida para a Equipa Feminina do CAB, pois a existência de compromissos pré-estabelecidos com algumas atletas ‘não-Madeirenses’ deixam à Direção duas questões, caso esta situação não se altere: cumprir com os compromissos e acarretar com as consequências financeiras (o que não será seguramente a melhor opção, tendo em atenção a importância das subvenções públicas para o clube, especialmente para a actividade existente na formação e sustentação de uma infraestrutura própria que poucos têm, sem qualquer valor extra) ou proceder à anulação dos compromissos e acarretar com eventuais consequências jurídicas dos mesmos. Mais uma vez, um processo de transição seria a melhor opção...

Que expectativas do Torneio do CAB?

Este será um Torneio do CAB mais desafiante que os anos anteriores, com mais equipas, mais atletas e acompanhantes, mais jogos, mais actividades, mais estadias e que seguramente vai requerer uma maior coordenação e maior cumprimento de horários, que irão culminar em mais um grande evento para toda a formação desportiva dos nossos atletas, mas também social e pessoal.

Será também um evento de renome para o Funchal e para a nossa ilha, pois o regresso por parte destes participantes futuramente como turistas será um segundo passo para a promoção turística do destino Madeira.

Que mensagem gostaria de deixar à FAMÍLIA CAB?

Nesta altura a mensagem a deixar a toda a FAMÍLIA CAB é de união: união em torno de todo o trabalho efectuado junto da nossa Formação e equipas seniores, união no convívio do dia-a-dia entre encarregados educação, treinadores, funcionários, Direcção e união no futuro a traçar, até com a partilha de opiniões para um futuro cada vez melhor para todos.